Pelo que vemos em recortes de jornais que constantemente nos chegam, toda a imprensa de Brasília, do Rio de Janeiro e outros Estados do Sul noticiaram e reportaram o fato com destaque.
Cosmo Coelho Rocha, jovem artista plástico piauiense, radicado em Brasília, é o criador do desenho vitorioso em concurso que ilustra a capa do livro da nova Constituição da República Federativa do Brasil.
O trabalho que está sendo visto em cerca de um milhão da edição oficial da Carta Magna, inclusive quarenta mil de bolso, consiste numa imagem simples e informal da bandeira brasileira.
Simples, mas audacioso em sua concepção, o Tay-out de Cosmo, foi elogiado pelo presidente do Congresso Ulysses Guimarães, que o considerou em seu simbolismo o mais expressivo dentre os que foram apresentados, todos de autoria de desenhistas da Gráfica do senado, a cujo quadro pertence o conterrâneo vitorioso.
Tomando por tema o pavilhão nacional, o que concebeu a inteligência criativa de Cosmo Coelho Rocha foi o seguinte: um retalho quadricular da bandeira brasileira, onde a cor branca de uma ponta do losango, dobrada sobre si mesma, realça sobre um fundo chapado fortemente verde, sem estrelas e sem legenda, como a significar a indivisibilidade da Pátria e assim, também simbolicamente, a igualdade absoluta entre as unidades político-administrativas autônomas da Federação. A idéia central é o sol nascente.
Cosmo Coelho da Rocha nasceu em Floriano em 1949. Freqüentou como secundarista o Colégio Elefante Branco, e estudou desenho na Inglaterra. No começo da década de 60 fixou residência na Capital Federal, onde prática a sua profissão de desenhista na Gráfica do Senado. Não é a capa da Constituição de 88 a sua primeira no gênero, pois anteriormente fez experiência idêntica com Tay-out para capas de edições em português de Constituições de outros países. Sua vitória neste passo pertence também ao seu torrão natal.
A. Tito Filho, 05/01/1989, Jornal O Dia
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