As representações no Theatro 4 de Setembro se iniciaram em julho de 1894 e ali se exibiram prestidigitadores, dramas, concertos, ilusionistas, o primeiro cinematógrafo, comédias, revistas, filmes, faquires, ventríloquos, operetas, a hora artística familiar, bailados, poetas e poetisas, dançarinos, lutas de boxes, o primeiro cinema falado, horas de arte, cantores, violinistas. Nele trabalharam as companhias de Álvaro Pires, Procópio Ferreira, Lyson Gaster, Barreto Júnior, Renato Viana, Jayme Costa, Joracy Camargo, Delores Caminha, Paschoal Carlos Magno e a célebre Marquise Branca com suas garotas livres, só de calcinhas e sutiãs, coxas e pedaços da barriga de fora. Os maridos ficavam privados de vê-las, caladões na rede cheirosa.
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No Theatro realizavam-se solenidades cívicas, conferências literárias, declamações, banquetes, formaturas. Foi lá que o Clube dos Fanfarrões fez o seu primeiro grande folguedo carnavalesco. E bailes animados ali se deram - inclusive aquele famoso, em homenagem a Coelho Neto, no auge da fama, em junho de 1899. O talentoso maranhense dançou, cheirando o pescoço de morenaças apetitosas. Regressou com saudades mil, depois de dar a Teresina o sugestivo apelido de Cidade Verde, que pegou.
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Em 1952 fez-se reforma no Teatro para as festas comemorativas do 1º centenário da cidade criada por José Antônio Saraiva, e, muitos discursos de gente graúda e importante, vários dias, se fizeram ouvidos e aplaudidos.
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Durante alguns anos, o 4 de Setembro viveu de cinema. Sujo. Infrequentável. Sem o mais leve traço de conforto. Encerrou atividades a 25 de novembro de 1973, para reforma geral, que lhe proporcionaram o Governo Alberto Silva e o Conselho Federal de Cultura, em que mestre Deolindo Couto conseguiu verba especial. Durante esse longo tempo - de 1894 a 1973 - muitos grupos teatrais da terra, compostos de jovens idealistas, animaram e agitaram a velha e querida casa de espetáculos, num esforço que a memória da cidade registrará.
A. Tito Filho, 28/01/1989, Jornal O Dia
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