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segunda-feira, 22 de agosto de 2011

CARTA

João Aragão vale um dos melhores escritores do Estado do Rio de Janeiro. Médico. Um cidadão de opulenta inteligência criativa. Escreve com leveza, simplicidade, e de vez em quando usa uma sutil ironia nas letras que compõe. Faz anos que o conheço por intermédio de cartas que a gente lê com alegria. Veio de sua Nilópolis missiva sua, escrita no domingo carnavalesco de 5 de fevereiro. Diz assim:

"Caro presidente Tito Filho. Hoje, domingo de carnaval, tarde ameaçando chuva, minha rua tornou-se tranqüila, só o espocar de crianças funcionando seu bate-bola. O inferno propriamente dito está lá para fora, na Praça Paulo Fontin, a 3 quarteirões. Isso é bom, porque sou como gato velho - não gosto de barulho nem de aglomeração.

Tarde boa para conversar com os amigos. começou acusando recebimento de Notícias Acadêmicas 34/35, este último número com o comentário sobre a lavagem cerebral da TV, que eu juro gostaria de ter podido escrever.

Agora eu sei de onde o autor de "Brejal dos Guaja" buscou a deixa para sua saudação ao pé do rádio, às 6 da manhã, 'brasileiras e brasileiros'... Encarafuncha daqui, cutuca dacolá, por fim descobrir:

"De avião, como é óbvio , descerás, BRASILEIRO OU BRASILEIRO de outras plagas..." (ele só inventou a ordem, para não pegar mal).

Minha palavra é digna de fé: creio na minha revelação. Aquele trecho citado é de uma obra de acalanto, editado em 1974, pág. 42, TERESINA, MEU AMOR, de um dos donos da Língua, autor que tem a sigla A.T.F. Não sei se você já ouviu falar dele...

Um abraço tranqüilo".


A. Tito Filho, 14/02/1989, Jornal O Dia

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