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sexta-feira, 19 de agosto de 2011

DONDON

Antônio Santana Castelo Branco, vulgo Dondon, tinha o grande desejo de possuir um jornal em Teresina - apelou para a coletividade, pleiteando os fundos financeiros correspondentes. Até 18 de maio de 1927 já haviam dado contribuição:

·         o governador Matias Olímpio ...... (200$000)

·         o deputado Pedro Borges ...... (20$000)

·         o procurador Miguel Rosa ...... (20$000)

·         o advogado Antônio Costa ...... (5$000)

·         o des. Vaz da Costa ...... (20$000)

·         o intendente Anfrísio Lobão ...... (20$000)

Só os medrosos - escrevia Dondon - tinham medo de contribuir. E transcreve este pedaço: "O Dr. Matias Olimpio de Melo autorizou-me a declarar que ele tem confiança nos atos que tem praticado em toda a sua vida, quer pública, quer particular, e que por isso mesmo não se receava e nem se temia de concorrer, não só com o seu apoio moral como com o apoio de seu governo, para cercar o jornal das garantias de que o mesmo venha a precisar, e como também com a sua contribuição em dinheiros do seu bolso particular, para ajudar a manter o jornal, visto como o proprietário do jornal não aceita por conta do Governo do Estado".

Noutro ponto, verseja Dondon:

"Eu só sinto é se morrer
Sem possuir uma tipografia:
Para que eu possa contar
Toda a minha biografia
Para que o povo conheço
Todo o mal que eu sofria".

Obtida a tipografia, foram escritos estes versos:

"Eu lutei e eu venci
E como venci obtive a glória
De hoje ter uma tipografia
Para contar a minha história
Portanto viva Deus e morra o Diabo
Que estou contando desta vitória".

Notável o saudoso Dondon.


A. Tito Filho, 16/02/1989, Jornal O Dia

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