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terça-feira, 9 de agosto de 2011

PEDRO MEMORÁVEL

Pedro Brito estigmatizou os maus. Relegou o dinheiro a plano secundário. Socorreu os necessitados do vil metal. Abraçou causas sem temor dos poderosos. Enfrentou ódios, sem odiar. Solene no amor da família. Nunca temeu inimigos sobretudo os disfarçados. No terreno, cívico, defendeu as instituições da sua fé. Formou em Direito três filhos, como uma demonstração de crença nordestinos da ordem jurídica.

Conhecemos Pedro Brito em 1917. Sentia-se nele a fisionomia cansada do guerreiro valente. Oito anos depois, dava adeus à existência, que lhe foi adversa, mas lhe revelou a capacidade severa de luta por princípios, triunfando afinal. Dedicamos-lhes muita admiração, mais expressiva quando o tempo inexorável torna distante a sua imagem física, embora a espiritual permaneça mais engrandecida, como estímulo.

Temos estima verdadeira a seus cultos filhos e educadas filhas, o melhor modo de prestigiar a memória de quem tanto fez por eles. Cabe, porém, neste trecho da escritura testemunho de ordem pessoal, quando revelamos amizade afetiva a Antônio de Pádua Martins Brito, em virtude de convivência bem estreita e dos gestos de nobreza com que ele nos conquistou respeito e gratidão, em momentos angustiantes da existência. Mais próximo de Pádua do que de outros, nele identificamos as virtudes maiores do pai - o desamor ao preconceito e ao dinheiro, a valorização do trabalho alheio, a lealdade, o afeto filial, o estudo do direito, o engrandecimento da advocacia, a inteligência, o exercício profissional correto e a sensibilidade para ajudar o próximo e socorrer os necessitados. Cremos que a escola de Pedro Brito criou os outros filhos modelando-os pelo caráter e pela fisionomia do cérebro, do espírito e do coração paterno.


A. Tito Filho, 17/01/1989, Jornal O Dia

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