- Neste cantinho, outro dia publiquei comentário sobre José Américo de Almeida, o imenso José Américo, sério e digno. Quando lhe perguntavam como era possível governar o Brasil, ele dizia: "Eu sei onde está o dinheiro". Onde está? Nas criminosas mordomias. Na desfaçatez dos vencimentos nababescos. Nos coquetéis e banquetes pagos pelos cofres públicos. Na remessa de lucros das multinacionais para o estrangeiro. O Brasil perdeu a vergonha. Só força pode consertá-lo, pendurando-se os conhecidos ladrões da causa pública.
- Quanto gasta o Piauí com publicidade em órgãos de outros Estados? Armando Basto era um revoltado contra as empresas paulistas que aqui enchiam a pança, e ainda gozavam de hospedagem nos hotéis de luxo, com uiscadas até de madrugada. A pândega criminosa continua.
- Um dia, mandei ao "Diário do Povo", de Teresina, um edital pequititinho da Academia Piauiense de Letras. Coisa de três ou quatro linhas. Pois bem. Publicou-se o referido e dois dias depois recebi a cobrança. Faz uns oito meses. Vinte cruzados, se a memória não me abandona. Pois no último domingo, dia 6 de agosto de 1989, "Diário do Povo" transcreveu artigo com o título TOBIAS BARRETO E O BRASIL, de Luiz Antônio Barreto. Estampou o retrato de Tobias. Colocou debaixo do retrato a legenda respectiva. Tudo, tudinho, vírgula por vírgula, de cabo a rabo, copiado de Edição Especial da Academia Piauiense de Letras, de junho, em homenagem a Tobias e Machado de Assis no sesquicentenário de ambos. Transcreveu tim-tim-por-tim-tim, até o retrato, sem pedir licença e sem indicar de onde havia copiado a história. E os direitos autorais da Academia? Enfim isto é o Brasil.
A. Tito Filho, 10/08/1989, Jornal O Dia
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