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segunda-feira, 8 de agosto de 2011

OEIRENSES

Oeiras, a primeira comunidade piauiense, tem dado ao Piauí expressivas figuras de sua história política e intelectual. Relembre-se: Frederico Leopoldo César Burlamaqui, botânico e mineralogista, mestre da Escola Militar do Rio de Janeiro. O administrador Casimiro José de Morais Sarmento, que governou o Rio Grande do Norte e o Ceará. O poeta Manoel Pereira da Silva. O jurista Francisco José Furtado, parlamentar, ministro da Justiça, presidente do Conselho de Ministros no Império. O jornalista Antônio Gentil de Sousa Mendes. O poeta Licurgo José Henrique de Paiva. O famoso cientista Pedro Francisco da Costa Alvarenga, laureado pela Sorbonne de Paris. O médico Francisco Portela, primeiro governador republicano do antigo Estado do Rio. O marechal José Ângelo de Morais Rego. O jurisconsulto, procurador geral da República Antônio de Sousa Martins. O grande orador, advogado e jornalista Deolindo Mendes da Silva Moura. O jurista, presidente do Paraná e do Piauí e desembargador Polidoro César Burlamaqui. O jurisconsulto Antônio Coelho Rodrigues. O poeta Nogueira Tapety, lírico sofredor. O acreditado político Jaime de Albuquerque Rosa. O padre Jaime de Albuquerque Rosa. O padre Leopoldo Damasceno Ferreira, culto polemista e professor. E o mestre Clodoaldo Freitas, polígrafo notável.

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Dos grandes mortos mais antigos de Oeiras conheci Pedro Brito, no seu passo lento, roupa amarfanhada, cigarro mal feito no canto da boca. Poeta lírico, irônico, sarcástico, panteísta. Cronista, jornalista. Polemista impulsivo. Mordaz e cético. Memória prodigiosa. Repentista. Advogado. Vergastou impiedosamente os políticos. Benjamin Baptista foi meu professor de Geografia no velho Liceu Piauiense. Sério. Sisudo. Culto. Um dos mais consagrados médicos do Piauí, porque possuía, como poucos, a qualidade do altruísmo, o amor ao próximo, o sentimento de humanidade. Escritor esmerado e sincero. Vidal de Freitas, com quem muito privei na Academia Piauiense de Letras, encantava-me pela inteligência, pela bondade, leal como poucos.

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Dos vivos e de outros mortos eu já disse o que valem e o que representam, nas letras e na beleza espiritual, faz poucos dias, neste canto de página.


A. Tito Filho, 30/06/1989, Jornal O Dia

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