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terça-feira, 9 de agosto de 2011

AINDA POVOAMENTO

João Ribeiro e Rocha Pombo concedem a prioridade do descobrimento a Mafrense.

O ilustrado professor Odilon Nunes anotou que há referências a bandeiras paulistas que agiam nos sertões do São Francisco, de 1671 a 1674: "Podemos assim presumir que Domingos Jorge Velho pertenceu a alguma dessas bandeiras a que nos referimos, se não fora mesmo o chefe de uma das partidas de paulistas que vinham operando nos sertões do São Francisco".

Em "Roteiro do Piauí", Carlos Porto discute o assunto. Cita Lopes Machado, e este entende que Mafrense se encontrou com Jorge Velho na serra dos Dois Irmãos. Escreve Porto: "Vale ressaltar que a tese da prioridade do paulista, ou a admissão da coincidência da chegada dos dois exploradores vasa na versão clássica de Rocha Pita, não encontrava outros motivos de apoio senão o fato de ter sido descrita numa época que ascendia às proximidades da conquista conferindo-lhe certificado de autenticidade". E adverte: "Verdadeiramente, o retórico baiano (Rocha Pita) era mais um cinzelador de frases do que um rebuscador de história. Amante de lendas, preferiu muitas vezes o efeito cênico de uma narrativa bem burilada a uma exposição imparcial e fria dos fatos".

Carlos Porto estuda minuciosamente o documento de Pereira da Costa. Diz ele:

1) Que rio Potingh seria esse, referido no documento de Pereira da Costa? E responde que, ao tempo das incursões de Domingos Jorge Velho, o rio Poti, que desemboca no Parnaíba, tinha o nome de Itaim-açu.

2) "Na apreciação do estacionamento desse terço de Domingos Jorge, às margens do Poti e do Parnaíba, revela também notar a circunstância sugestiva de que ele soube esquivar-se às explorações que subiram o Parnaíba, passando além de Teresina, e transpondo, portanto, a confluência do Poti. tudo parece indicar que a tropa do bandeirante paulista devia possuir, como os fantasmas, o estranho condão de evolar-se".


A. Tito Filho, 07/04/1989, Jornal O Dia

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