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sexta-feira, 19 de agosto de 2011

VERDADE - II

Era o último mês de 1974, quando Alberto Silva me nomeou Secretário da Cultura do Piauí. Pela frente, eu contava com os meses de janeiro, fevereiro e primeira quinzena de março, pois a 15 deste último mês, ano de 1975, a administração do Estado passaria a Dirceu Arcoverde.

Enfrentei problemas, ajudado de competentes e corretos auxiliares. Chegava ao fim a recuperação do Teatro 4 de Setembro, um dos notáveis serviços de Alberto Silva.

Primeiros dias de fevereiro, Armando Basto, hoje o grande ausente, exigia de minha pequenez a história do Teatro. Encontrei tempo suficiente nas noites indormidas. Nada existia sobre o assunto. Ao menos se sabia o motivo de ser chamado 4 de Setembro a querida casa de espetáculos de Teresina. Mergulhei em velhos jornais. Em dez dias pude levantar dados e cumprir a severa incumbência. Passado o carnaval, segui para o Rio de Janeiro e editei o livro na gráfica do poeta Álvaro Pacheco. Nenhum tostão me foi pago.

Hoje o teatro tem dez mil historiadores. todos me copiam e ao menos dizem de onde copiaram. E copiam mal. Teresina e as suas instituições possuem nos dias atuais uns vinte mil historiadores, quarenta mil poetas, e raros são os que citam as fontes verdadeiras da vida da capital piauiense: Clodoaldo Freitas, Monsenhor Chaves, Celso Pinheiro Filho, Romão da Silva e Josias Carneiro da Silva. De mim, comecei a divulgar Teresina, no seu passado romântico, feliz, alegre, bendito.

Volto ao Teatro. Com muito esforço e dedicação se organizou o belíssimo programa da reinauguração: Orquestra Sinfônica Nacional, corpo de baile do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, peça teatral de José Gomes Campos e outras atrações, como o cantor Gilberto Gil e o Madrigal Palestrina, do Rio Grande do Sul. Na bonita solenidade, cada convidado recebeu o livrinho PRAÇA AQUIBADÃ, SEM NÚMERO, resultado de minhas pesquisas noturnas e madrugadinas.

Consegui a nomeação de Tarciso Prado como primeiro diretor da nobre Casa, centro de imensas belezas do passado teresinense.


A. Tito Filho, 13/09/1989, Jornal O Dia

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