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segunda-feira, 8 de agosto de 2011

FARMACÊUTICOS - I

Conta o piedoso padre Joaquim Chaves que a DROGARIA IMPERIAL foi a mais antiga farmácia de Teresina, na rua Grande (Álvaro Mendes), 25, de propriedade do farmacêutico Eugênio Marques de Holanda. Em 1886, José Pereira Lopes, formado no Rio de Janeiro, fundou a popular Botica do Povo, na praça Uruguaiana (Rio Branco). Homem ilustre, o fundador pertenceu à redação de jornais, lecionou biologia e integrou junta de governo do Piauí nos primeiros anos republicanos. Quando morreu, o estabelecimento passou à viúva Lili Lopes, dama caridosa e querida, que tinha a ajudá-la Jaime Francisco da Silva, estimado da coletividade que lhe dava a denominação de Jaime da Botica. Ao retornar do Rio de Janeiro, na década de quarenta, essa freqüentada loja de remédios estava ainda no mesmo lugar da fundação, dirigida pelo meu saudoso amigo e farmacêutico José Aguiar, que encerrou as atividades da célebre casa comercial.

Muitas outras farmácias apareceram e fecharam portas. Tinham os seus laboratórios e alguns remédios se fabricavam pela competência dos próprios farmacêuticos, cidadãos sérios, corretos, confiáveis, acreditados. Ainda não se fez a história da farmácia em Teresina, certamente uma história de lutas e de sacrifícios, de dedicação sobretudo, de épocas distantes até os nossos dias correntes.

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A capital piauiense, neste dia 06 de julho de 1989, está prestigiando, por todas as suas instituições e classes sociais, O DIA NACIONAL DE MOBILIZAÇÃO E LUTA DO FARMACÊUTICO. Pretende-se que se adote no país a política de assistência farmacêutica, visando sobremodo a conscientização das coletividades, nos pequenos, nos médios como nos grandes centros populacionais, para os aspectos fundamentais dos graves e aflitivos problemas que assoberbam os profissionais e a indústria e o comércio dos remédios. A luta deve ser patriótica pois relacionada coma  saúde das populações, a fim de que se derrotem os males do consumismo desenfreado, sem que se adquiram medicamentos desnecessários e até nocivos para inclusive doenças imaginárias. Vigora por toda parte completa desinformação a respeito de assuntos farmacêuticos, bem assim todas as camadas populares se vêem escravizadas pela propaganda malsã e criminosa dos sistemas comunicativos, a exemplo de televisão e rádio, que insinuam curas milagrosas com remédios às vezes condenados pela ciência. Ajunte-se a tais procedimentos maléficos a omissão das autoridades públicas, que deveriam punir os que atentam contra a dignidade profissional do farmacêutico.


A. Tito Filho, 06/07/1989, Jornal O Dia

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