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terça-feira, 2 de agosto de 2011

TOMADA DE CONSCIÊNCIA

Malthus, economista inglês do século passado, aconselhava como medida preventiva da superpopulação o casamento tardio e a continência no matrimônio, justamente porque a sua teoria se fundamentava no princípio de que os habitantes da terra aumentam em progressão geométrica, enquanto os alimentos se produzem em progressão aritmética. Sustentou que esse crescimento populacional se vê contrariado apenas pelas guerras, pelas calamidades, pelas doenças e pela miséria. Sua tese implicava em condenar os recursos de socorro aos necessitados. Admitia como meios certos para evitar a explosão demográfica, com o seu cortejo de sacrifícios, a abstinência sexual, ou a prostituição, a fim de que não se gerassem filhos.

Até a Segunda Guerra, voltou-se ao caso: os bens alimentícios da terra serão insuficientes para o sustento do povo se este continuar aumentando. A terra pode proporcionar ao homem soma imensa de mantimentos, desde que haja exploração racional.

Estudiosos revelam também outro aspecto da matéria: a progressão populacional reduz o nível de vida. Apresentam-se duas medidas para evitá-la: melhoria dos produtos agrícolas e industrialização, aspectos essenciais da economia desenvolvida.

O crescimento populacional se deve a uma redução do índice de mortalidade relativamente a um índice de natalidade estacionária. Reduz-se a taxa de mortalidade com a melhoria das condições de vida - e este fato contribui para aumentar a população, que os países se esforçam por impedir. Assim, o desenvolvimento das comunidades pobres, retardatárias, ressuscitaram a ameaça malthusiana.

Tudo parece muito confuso, mas não é.

Morre menos gente, segundo os entendidos, quando não há miséria, fome, doença. Conseqüentemente, a população aumenta com o seu cortejo de problemas.

Nunca, pois, os entendidos afirmam que existe relação biológica direta entre as boas condições alimentares e o reduzido índice de fecundidade: "A longo prazo, a existência sugere que uma melhoria das condições de vida exerce uma influência regularizadora sobre o crescimento da população".

Bem diz o povo que o pobre se diverte fabricando menino. Afirma-se que a independência econômica provoca efeitos sobre o desejo de ter filhos, evitando prole numerosa.


A. Tito Filho, 04/07/1989, Jornal O Dia

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