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quarta-feira, 14 de setembro de 2011

CONSIDERAÇÕES

Na República, houve as seguintes intensas lutas partidárias, plenas de paixões e malquerenças - lutas em busca do poder de mando, ou em defesa de correligionários, às vezes vítimas de atos de violência; ou ainda resultantes de injunções ou preterições relativas a candidaturas:

a) republicanos (Partido Republicano Federal do Piauí) e de democratas (Partido Democrata), cuja discórdia provocou a deposição do Governador Gregório Taumaturgo de Azevedo. Esta se deveu à surda campanha contra ele movida pelos chefes do 1º citado grêmio político;

b) partidários de Miguel Rosa e de Eurípedes Aguiar enfrentaram briga de vida e morte e quase levaram o Estado a uma disputa pelas armas, de imprevisíveis conseqüências. Ordem de habeas-corpus, concedido pelo Supremo Tribunal Federal, em favor da posse do 2º no Governo, possibilitou a recusa do recurso à violência;

c) o Partido Republicano Piauiense, surgido na 1ª República, dividiu-se. O Senador José Pires Rebelo passou a chefiar forte oposição ao Governo. Pacificaram-se os espíritos em torno dos candidatos João de Deus Pires Leal (Governador) e Humberto de Areia Leão (Vice), ambos eleitos;

d) no fim da década de 1920, criou-se em todo o País a Aliança Liberal, que empolgou o povo, surgida do descontentamento generalizado com a situação política e com as chamadas oligarquias regionais apoiadas pelo Governo Federal. Essa Aliança entusiasmou os piauienses e foi vitoriosa em 1930. Subiu ao poder Getúlio Vargas, como chefe ditatorial. No Piauí derribou-se o Governador João de Deus Pires Leal;

e) em 1934, houve forte oposição ao Interventor Federal Landri Sales, Gonçalves, que acabou denunciado, com outros, por mandar agredir Sigefredo Pacheco e Clemente Pires Ferreira Neto, em Alto Longá, ambos fiscais oposicionistas em pleito eleitoral. A falta de provas fez que o Tribunal Regional absolvesse o Interventor e os demais acusados. Denunciante: Helvécio Coelho Rodrigues. Juiz Relator do feito: José de Arimathéa Tito;

f) velhas disputas interioranas mais se acirraram em 1947, quando antigos adversários se filiaram nos dois principais partidos que promanaram dos escombros da ditadura de Getúlio Vargas, com a agravante de haver a União Democrática Nacional eleito o Governador do Estado (José da Rocha Furtado) e o Partido Social Democrático haver obtido maioria na Assembléia. Desavieram-se Executivo e a maioria pessedista do Legislativo - sem que se encontrassem meios para nenhum tipo de convivência, senão a convivência dos contrários. Os desentendimentos quase chegam ao impeachment do Governador.


A. Tito Filho, 28/11/1989, Jornal O Dia

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