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quinta-feira, 28 de julho de 2011

OEIRAS - II

Conheci Oeiras na década de 40, quando, por terra, me dirigia ao Rio, para estudos. Novinho em folha. Nada eu sabia sobre a história desse cenário histórico onde o Piauí nasceu para a vida política e social. Também nos estudos secundários nada me tinham ensinado. Os professores nunca falaram do Visconde da Parnaíba, Fidié, dia 24 de janeiro e tantos fatos passados na antiga capital. Em 1947, passei por Oeiras. Vinha do Rio, em companhia de Tibério Nunes, que ficou na cidade, Fenelon Silva, Álvaro Ferreira filho e Mariano Mendes, que comigo prosseguiram viagem [no] rumo de Teresina. Era tempo da empolgante campanha de Rocha Furtado como candidato ao governo do Piauí. Em dois anos de residência na capital do Ceará, tornei-me amigo de Antônio Santana, oeirense, mais velho do que eu, a quem em afeiçoei. Magnífico caráter. Generoso. Boníssimo. Inteligente e criterioso. Nas pensões estudantis do Rio de Janeiro, aprendi a admirar três oeirenses de cuja amizade me honrei e honro, jovens leais, companheiros de convívio decente e correto: Tibério Nunes, Petrarca Sá, mortos queridos, e o de nome Luiz Walmor Barbosa de Carvalho, que para mim não possui defeito. Sempre na vida me orgulhei das merecidas vitórias dos três. Retornei a Oeiras em 1950, na companhia do candidato a deputado federal Vitorino Correia. Conversei com o impoluto Pedro Sá e o notável líder Rocha Neto. Na Constituinte piauiense de 1947 conheci dois oeirenses de valor como cidadãos de vergonha, Orlando Carvalho e Miguel Oliveira. Quando Secretário da Educação do Piauí, nos idos de 1970, conheci uma mulher ilustrada, competente, de rara capacidade de trabalho, que muito me ajudou e a quem dedico admiração e afeto, chamada Rita de Cássia Campos, irmã de um poeta que tanto alteou a poesia oeirense. Depois eu conto mais. Oeiras para mim vale um chão bonito, e a sua gente deve orgulhar-se da terra de nascimento.


A. Tito Filho, 06/05/1989, Jornal O Dia

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