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quinta-feira, 7 de julho de 2011

LICEU PIAUIENSE - I

Por todo o século 19 ainda se considerava precárias as condições educacionais no Piauí. Lamentável atraso intelectual. População estranha a assuntos literários e científicos. Dificuldades de comunicações com o Brasil e com o mundo.

Não houve ensino secundário na Província senão a partir de 1845, embora se possam registrar o ineficiente colégio, de pouca duração, criado na antiga capital, Oeiras, em 1808, e que mantinha ensino de latim, filosofia moral e racional, retórica e francês; e o colégio de benemérito padre Marcos de Araújo Costa, fundado em sua fazenda Boa Esperança, município de Jaicós, ano de 1820, e que se ministravam as primeiras letras, também latim, francês, retórica, filosofia e teologia. Esse culto e nobre sacerdote faleceu em 1850.

Nas anotações constantes da "Cronologia Histórica do Estado do Piauí", F. A. Pereira da Costa assenta que, em 1844, havia somente 21 cadeiras de instrução primária. O governante do Piauí escreveu em relatório que não há ensino secundário na província. E concluía pedindo que esta não se privasse de ter em sua capital um curso de humanidades para que os moços se habilitassem, quando pretendessem seguir estudos superiores.

Zacarias de Góis e Vasconcelos nasceu na Bahia e faleceu no Rio de Janeiro. Professor de Direito, governou Sergipe e Paraná. Deputado e senador pela província natal. Ministro do Império, da Marinha, da Justiça e da Fazenda. Presidente do Conselho de Ministros. Nomeado por Dom Pedro II, assumiu o governo do Piauí a 28.7.1845, conservando-se no cargo até 7.9.1847. Tinha 30 anos.

A lei provincial 189 criou no Piauí um estabelecimento de instrução no Piauí um estabelecimento de instrução secundária, com a denominação de Liceu, com 7 cadeiras.

Durante muitos anos, o colégio de ensino secundário criado por Zacarias de Góis e Vasconcelos popularizou-se pelo nome de Liceu Piauiense, transferido de Oeiras para Teresina quando da mudança da capital, pouco depois de 16 de agosto de 1852. No ano de 1853, deu-lhe nova organização o presidente Luís Carlos de Paiva Teixeira.

O presidente Lourenço Francisco de Almeida Catanho, em 1857, considerou o número de alunos freqüentadores em quase nenhum aproveitamento. Outro presidente, no mesmo ano, João José de Oliveira Junqueira, anotou que a freqüência do educandário só chegava a 19 alunos, cujo número, dois anos depois, chegou a 56. Com a freqüência de 37 discípulos em 1861, conforme salientou o presidente Manuel Antônio Duarte de Azevedo, no mesmo ano foram extintas pelo governo Antônio de Brito Sousa Gaioso, lei 511, de 1 de agosto, as cadeiras de gramática filosófica, língua nacional, geografia, história pátria e sagrada, retórica e poética, permanecendo as cadeiras de latim, francês e aritmética.


A. Tito Filho, 31/08/1989, Jornal O Dia

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