Quer ler este texto em PDF?

quinta-feira, 21 de julho de 2011

A BATALHA

Foi das mais sangrentas a batalha do Jenipapo, às margens do rio do mesmo nome, em Campo Maior, dia 13/3/1823. Embora vitorioso, Fidié viu-se obrigado a seguir para Caxias, baluarte português. Três meses o comandante português resistiu ao cerco de seis mil brasileiros, comandados por Filgueiras e Sousa Martins: “Resisti - diz ele - até o último apuro, tirando do campo inimigo, a ponta da baioneta, os víveres, precisos para sustentar a minha tropa, cheia de fadiga”. Manuel de Sousa Martins havia proibido gado para o Maranhão.

A Independência no Piauí e no Maranhão - salientou Hermínio Condé - é uma epopéia que não encontra similar em qualquer das campanhas emancipadoras dos povos americanos.

Em 1973, o governador Alberto Silva homenageou, com as forças armadas, no local do combate do Jenipapo, a memória dos que ali se sacrificaram, 150 anos atrás. No seu discurso, lembrou o governante a lição correta: “Fidié fora mandado ao Brasil para compor, com os outros militares portugueses destacados no norte, o dispositivo que garantiria a Portugal o domínio de tão vasta porção do território brasileiro. Dominadas pelos portugueses as fazendas de criar do Piauí, estariam igualmente privados as demais províncias. É fácil entender a importância, para a coroa portuguesa, de fazer abortar, ou de esmagar a ferro e fogo o movimento dos independentes no norte do país, onde quer que se manifestasse”.

A respeito da batalha do Jenipapo manifestou o governador que nela “os nossos ancestrais, lutando, sofrendo e morrendo, decretaram e selaram definitivamente a derrota das armas e das ambições portuguesas, em relação ao norte do Brasil”.

É necessário lembrar que no sul a independência foi aplausos e festas. No norte, fome e sangue. A batalha do Jenipapo decidiu a unidade brasileira.


A. Tito Filho, 10/04/1989, Jornal O Dia

Nenhum comentário:

Postar um comentário